Chegar atrasada no primeiro dia de aula, não é algo da qual eu me orgulhe, mas eu juro que é o universo que conspira contra mim. Apressei os passos e por sorte, todos estavam no ginásio, escutando o sermão de boas-vindas da diretora Luci. Avistei Cecília – minha melhor amiga e prima – do outro lado do ginásio e antes que eu pudesse me aproximar para cumprimentá-la, a minha presença foi notada pela diretora.
– (…) uma das regras do nosso colégio é manter a pontualidade, portanto, espero vê-los chegando no horário adequado durante todo o ano letivo. Boa aula à todos. Estão liberados para se dirigir a sala de aula.
Ao ouvir isso, Cecí – apelido pelo qual eu à chamava – rapidamente olhou para trás e me avistou. Eu já estava próxima a ela – Bom dia, Srta. Eu-acordei-atrasada! – Cecí sempre foi sincera, essa é uma das coisas que eu admiro nela.
– Eu juro que o despertador não vai com a minha cara, Cecí!! – Ao falar isso, nós rimos e fomos caminhando em direção à sala de aula, comentamos sobre os cortes novos de cabelo, sobre a ansiedade para o nosso primeiro baile do colégio, até que eu vi ele. João Pedro. Meu coração parou por meio segundo. A saudade era imensa, a vontade de falar com ele e de confundir o som da minha risada com a dele também. Mas, eu não fiz nada. Apenas segui em frente, eu para a minha sala e Cecí para a dela.
***
Sempre nos sentamos em duplas. Até um tempo atrás, o João era a minha dupla. Mas, as coisas mudaram. Entrei na sala, sentei no meu lugar de sempre: terceira carteira, no canto da parede. E senti um vazio ao olhar para o lado e não ter ninguém. Pouco depois, a professora Sônia entrou na sala e junto com ela, estava um aluno novo. Ele aparentava ser muito gentil e simpático.
– Bom dia, turma! Antes de mais nada, permitam-se que o aluno novo se apresente – Nesse momento, a sala inteira prestava atenção no novato e no que ele tinha a dizer.
– Êr… bom dia. Eu sou o Caio. Sou aqui de São José dos Campos mesmo. Fiz a prova, passei e estou aqui… como vocês podem ver – Um coral de risos nasceu. “Esse menino parece mesmo ser legal”, pensei.
– Marina – A professora dirigiu-se à mim – se importa de fazer dupla com o Caio?
Isso não pode estar acontecendo. E se o João chegar? Ele SEMPRE foi a minha dupla. Ok. Sem pânico. Responde, Marina. Responde.
– Tudo bem, Sra. Sônia. Seja bem-vindo, Caio – dirigi meu olhar para ele e sorri de canto.
– Obrigado! Marina, né? – Eu assenti e quando me preparava para formular alguma pergunta ou para falar algo que demonstrasse que quero ajudá-lo a se enturmar, avistei o João Pedro entrando na sala.
O que será que o João Pedro vai achar disso? Descubra no próximo capítulo! Beijinhos, Mabi Moreira.